Por Camila Alvarenga*
No universo da tecnologia, onde a velocidade da inovação redefine as regras do jogo constantemente (veja a revolução que a Inteligência Artificial está causando!), o reposicionamento de marca, também conhecido como rebranding, precisa refletir uma transformação estratégica real e responder, de forma coerente, às mudanças do mercado, às demandas dos consumidores e à própria cultura organizacional.
Na Base2, empresa que completa 20 anos em 2025, esse reposicionamento foi resultado de um processo cuidadoso de escuta e reflexão. Ao longo de duas décadas, evoluímos de uma pequena empresa que atuava exclusivamente em testes de software para uma empresa que também oferece serviços de automação RPA, desenvolvimento de software sob demanda e até soluções de IA. Isso nos fez perceber que precisávamos de uma marca que representasse essa nova Base2, mas sem perder nossa essência.
Quando é hora de mudar? Defendo que uma marca deve se reposicionar quando a percepção externa já não traduz o que a empresa é, faz ou aspira ser. E, no caso de empresas de tecnologia, esse descompasso pode afetar a atração de novos negócios e a competitividade no mercado. Na Base2, os sinais vieram de várias direções. Especialmente, nossa equipe de 190 profissionais sentia que a marca já não acompanhava o estágio de sofisticação técnica que conquistamos. Era hora de alinhar nossa imagem.
Decidimos que esse reposicionamento não seria vertical, era fundamental ouvir colaboradores de todos os níveis e clientes. Realizamos uma pesquisa estruturada para entender quais atributos deveriam ser preservados e o que poderia ser aprimorado. Esse diagnóstico foi o ponto de partida para a construção da nova identidade.
Com o apoio da Almabrands, criamos uma identidade visual com forte referência à cultura digital. O verde atômico, os elementos gráficos inspirados em chips e a tipografia que remete à codificação foram pensados para transmitir a lógica, a precisão e a inovação que norteiam nosso trabalho.
Além disso, organizamos nossas operações em duas marcas estratégicas: a Base2, que preserva nosso DNA técnico em teste e qualidade de software, área na qual construímos reputação e autoridade, e o Base/labs para ser o núcleo de inovação da empresa, onde ficam os projetos de automação robótica RPA, desenvolvimento e IA. Esse movimento deu mais clareza para os clientes sobre nossas ofertas e mais foco para nossas equipes, permitindo que cada frente avance sem interferências.
Para empresas de tecnologia que estejam considerando esse movimento, meu conselho é começar pela escuta: entenda o que sua marca representa hoje para quem importa — seus clientes, colaboradores e parceiros — e avalie se as percepções estão em sintonia com a sua intenção e visão de futuro para a empresa. Se houver desalinhamento, é importante reajustar a rota.
* Camila Alvarenga é gerente de marketing da Base2.