O mapa da moda global se redesenha em velocidade recorde, e quem ainda acredita que o eixo do luxo termina em Paris, Milão ou Nova York está preso a uma cartografia desatualizada. O futuro, neste momento, se desloca para o leste. A Índia e o Oriente Médio assumem posições de protagonismo cultural e econômico e começam a influenciar o setor com força, ritmo e escala que o Ocidente não pode mais ignorar.
É nesse novo ambiente, onde tradição e tecnologia colidem para gerar mercados bilionários, que o empresário Elian Gallardo, fundador da Elian Gallardo Model, vem construindo uma ponte estratégica entre o Brasil e alguns dos centros mais dinâmicos da moda mundial. Com vastos anos de experiência e uma habilidade incomum de se reinventar, Elian interpreta tendências antes que se tornem óbvias e transforma análise de mercado em operação concreta. Seu movimento internacional não nasce de aposta; nasce de diagnóstico.

A Índia, com seus 1,43 bilhão de habitantes e cerca de 886 milhões de usuários de internet, cresce a taxas que beiram seis e meio por cento ao ano. É uma economia impulsionada por uma classe média que deve atingir meio bilhão de pessoas antes da próxima década e sustentada por um comércio digital que já representa uma parcela decisiva das compras de moda e deve dobrar de tamanho nos próximos anos. Onde há juventude, conectividade e renda em ascensão, há também o desejo por imagem, beleza, narrativa e representação. E é nesse vácuo que o Brasil aparece como potência criativa.
A Elian Gallardo Model opera nesse cenário com método, curadoria e precisão. Os talentos enviados para Delhi, Mumbai e Bangalore são preparados para decodificar códigos culturais, compreender estéticas locais e atuar com inteligência técnica e emocional em mercados onde a demanda é alta e a jornada de trabalho exige disciplina. Cada modelo embarca com contratos estruturados, direitos de imagem definidos e um repertório de comportamento que respeita o ambiente e potencializa resultados. A estratégia considera sazonalidades como o período de casamentos, adapta books ao gosto indiano e calibra linguagem corporal e visual ao que o mercado deseja consumir. O retorno é imediato: recorrência, novos contratos e consolidação da imagem do brasileiro como profissional valorizado.
O olhar estratégico de Elian é confirmado por quem vive o setor de dentro. Thalia Praxedes, scouter e diretora da Nextttone Talent Academy, descreve a Índia como uma potência criativa que deixou de buscar validação ocidental. Não tenta replicar Paris ou Milão; constrói sua própria estética, mesclando herança cultural, têxteis ricos, artesanato sofisticado e um imaginário audiovisual impulsionado por Bollywood. Essa independência estética, somada ao impacto do e-commerce e da publicidade digital, fez do país um mercado que opera todos os dias do ano. E há uma afinidade natural com o perfil brasileiro, reconhecido pelos traços expressivos, pela energia calorosa e pela capacidade de comunicar emoção diante da câmera.
A segunda coluna dessa operação é o Oriente Médio, sobretudo Dubai, que se consolidou como um dos hubs globais do luxo e do investimento em imagem. A proximidade geográfica com a Índia cria um corredor criativo poderoso. O fluxo de marcas, produtoras, campanhas e profissionais se interliga diariamente, ampliando oportunidades e acelerando a circulação de talentos. A Elian Gallardo Model atua nesse território com rigor cultural e jurídico. Cada país exige uma forma específica de vestir, se comportar, se comunicar e se posicionar publicamente. Elian ajusta processos, figurinos, linguagem e regras de conduta com antecedência, garantindo entregas de qualidade e reputações intactas.
Os depoimentos dos modelos que vivem essa realidade revelam que a transição é mais intensa e transformadora do que qualquer teoria poderia antecipar. Pedro Munhoz, jovem brasileiro em trajetória ascendente, descreve dias cheios de castings, longas horas de shooting e uma demanda por versatilidade que redefine a percepção de profissionalismo. Ele enxerga um mercado que valoriza talentos estrangeiros, opera em ritmo acelerado e remunera bem campanhas e catálogos, ainda que o retorno financeiro esteja ligado ao volume de trabalhos.
Maria Felipa, que já viveu temporadas na Índia e na China, reforça que o desafio é técnico, emocional e cultural. Rotinas extensas, estética detalhada, figurinos de peso, comportamento adequado e uma exigência constante por excelência fazem parte da equação. Ela resume a experiência de forma cristalina: o mercado asiático recompensa quem chega preparado. E exige maturidade, respeito e capacidade de adaptação.
Rayssa Araújo acrescenta outro elemento: a intensidade quase ininterrupta do mercado indiano. Ela relata semanas de trabalho diário, seis castings por dia, jornadas longas e uma valorização explícita do carisma brasileiro. O reconhecimento não nasce de estereótipos. Nasce de entrega. A estética indiana, marcada por bordados luxuosos, cores vibrantes e peças elaboradas, transforma o olhar de qualquer modelo e expande a gramática corporal para níveis que poucas escolas ocidentais oferecem.
No plano empresarial, Elian projeta uma EGM pan-regional com hubs em Delhi, Mumbai e Dubai, sustentada por uma plataforma de scouting que integra inteligência artificial, realidade aumentada e automação de direitos de uso. A tecnologia não substitui o olhar. Apenas acelera processos. A curadoria permanece como o eixo central da agência e, nas palavras do executivo, nenhuma inovação supera a personalidade bem construída e a alegria genuína que o Brasil exporta com naturalidade.
Há também uma mudança estética global em curso, silenciosa e profunda. Marcas internacionais começam a incorporar energia Bollywood, ornamentos do Golfo e diversidade real em suas campanhas. A Índia deixa de ser referência para virar palco. O Oriente Médio deixa de ser cenário exótico e se afirma como centro criativo. O Brasil entra nessa equação como fornecedor de pluralidade racial, corporal e de gênero, oferecendo soluções de casting que o mercado internacional demanda, mas ainda não produz em escala.
O que sustenta essa operação é estrutura. Vistos, contratos, cláusulas de território e mídia, arbitragem prevista, orientação cultural e domínio da língua são tratados como pilares. O glamour existe, mas só se mantém quando há gestão. É esse conjunto de práticas que transforma a agência em um modelo de exportação de credibilidade.
No fim, o legado que se constrói não é apenas o de pioneirismo. É o de continuidade, formação de mercado, internacionalização do talento brasileiro e criação de oportunidades que ultrapassam uma geração. Elian resume sua filosofia com clareza: respeite culturas, assine contratos sólidos, entregue resultado e, se for necessário, troque a Torre Eiffel pelo skyline de Mumbai. O futuro não está distante. O futuro está no leste.
E é difícil argumentar contra essa imagem final. Dubai ao entardecer, painéis de marcas globais refletindo na cidade e rostos brasileiros ocupando campanhas icônicas. Elian observa a cena e admite ter ficado impactado ao ver EGM espalhada por todos os lugares. É uma frase que carrega certa dose de encantamento, mas que o mercado, pouco a pouco, confirma. Quando visão encontra execução, o resultado não é capricho. É estratégia.