Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo, mas especialistas alertam que a falta de preparo da pele antes de botox e preenchimentos está entre as principais causas de frustração dos pacientes
Enquanto o Brasil se destaca como um dos maiores mercados de estética do mundo, com movimentação anual estimada em R$ 48 bilhões em 2025, muitos pacientes ainda enfrentam resultados clínicos insatisfatórios. Segundo a fisioterapeuta dermatofuncional Fabi Pinelli, isso ocorre por um motivo-chave: a falta de preparo adequado da pele antes dos procedimentos estéticos.
De acordo com dados da Mordor Intelligence, o mercado brasileiro de estética deve atingir US$ 41,6 bilhões até 2028, posicionando-se entre os três maiores do planeta Especialmente nos tratamentos faciais — como botox e preenchimento —, cresce a preocupação com a busca por resultados expressivos que, muitas vezes, ignoram as condições reais da pele.
“É como reformar uma parede sem rebocar: você aplica o procedimento, mas a pele ressecada ou com textura, inflamações ou flacidez vai evidenciar o problema”, explica Fabi Pinelli. “Reabilitação é a base — hidratação profunda, peelings leves, bioestimuladores — antes mesmo de pensar em refinamentos estéticos”.
Por que o preparo faz tanta diferença?
O Brasil também é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos, atrás apenas dos EUA, com aproximadamente 3,1 milhões de procedimentos em 2023. E, ainda assim, muitas queixas nas redes sociais e em fóruns clínicos se referem a “pele craquelada”, “resultado artificial” ou “enchimento aparente demais”.
Segundo Fabi, esses problemas apontam para uma abordagem equivocada:
“Quando a pele não recebe cuidados prévios, o produto só escancara o que já estava ali. Em vez de melhorar, o procedimento agrava o contraste entre estrutura e textura”.
O que significa reabilitar a pele?
O protocolo de reabilitação ideal, segundo a especialista, segue etapas como:
Etapa | Objetivo |
Avaliação integral | Histórico médico, uso de corticosteróides, hábito de sono, saúde geral. |
Rotina de hidratação | Produção de barreira saudável e restabelecimento do colágeno. |
Peelings e bioestímulo | Renovação gradual e estímulo de nova fibroplasia. |
Reavaliação clínica | Adequação técnica antes de refinamentos (botox, preenchedor, laser). |
Fabi reforça:
“É um trabalho lento, mas seguro. Estética com respaldo fisioterapêutico e clínico. O Conselho Federal já liberou boa parte dos procedimentos que realizo — sempre com respeito à delimitação da minha área de atuação.”
Por que isso importa agora?
O crescimento acelerado do setor — estimado em US$ 300 bilhões globalmente, com o Brasil respondendo por 40% do mercado da América Latina — demanda profissionais cada vez mais preparados e éticos.
Em um estudo encomendado pela marca e publicado na Bloomberg, o CEO do Grupo L’Oréal no Brasil afirmou “Autocuidado virou pilar da saúde”, observou Marcelo Zimet. E acrescentou: “Mas junto com o aumento de demanda, vêm os riscos — tratamentos mal indicados, uso inadequado de substâncias, expectativas irreais.”
Nesse contexto, Fabi Pinelli se posiciona como defensora de uma estética baseada na responsabilidade fisioterapêutica, onde o resultado deve ser natural, gradual e sustentável — e, especialmente, alinhado à saúde da pele.